O escultor francês Hubert Soeur não passou à História como um grande mestre, êmulo de Michelangelo, Bernini ou Thorvaldsen. Ele nem é citado ao lado de seus compatritotas menos famosos, como Houdon, Julien ou Clodion, para ficar só entre os clássicos. Não o encontrei entre os verbetes do Dicionário Oxford de Arte. Nem mesmo o encontrei (pasmem!) no Google, aberração que me faz mesmo duvidar de sua existência. Mas uma de suas obras viveu uma aventura reservada, normalmente, as obras de Roma, Grécia, Egito e outras civilizações anciãs.
Quando ele terminou a estátua do rei Charles I, da Inglaterra, o mesmo já tinha sido deposto e decapitado pela revolução de Cromwell. O Lorde Protetor imediatamente deu ordens para que a estátua do rei infeliz fosse derretida e transformada em vil matéria prima. Mas o fundidor encarregado da tarefa pensou lá consigo: "Vento que hoje sopra para lá, amanhã sopra para cá. Vá que eu derreta Sua Majestade e amanhã ocorra a restauração...aí quem vai para o fogo sou eu." E limitou-se a enterrar a estátua em seu quintal.
Dito e feito. Veio a Restauração (agora com maiúscula, claro), a estátua foi desenterrada e hoje enfeita as ruas da Londres atual. Inclusive é considerada por Maev Kennedy, blogueira do Guardian que entende das artes, a mais bonita entre suas companheiras londrinas. Incluindo-se aí a estátua de Oliver Cromwell em frente a Westminster, que eu não sei se algum rei ou rainha já teve ganas de mandar derreter.
Wednesday, April 1, 2009
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